quinta-feira, dezembro 27, 2007

A morte sem ser morte

A morte, a minha companheira ao longo de toda esta vida, é a morte.
Penso nela, com discernimento, com paz na minha alma.
Se a morte pudesse ser algo, no meu ver, seria a vida. Se pudesse ser especificamente um objecto, escolheria a cama. Onde todas as minhas energias, positivas ou negativas, são diariamente descarregadas.
A cama, o símbolo de descanso, a morte, o descanso eterno.
Não temo a morte, nunca o farei. Temo a dor, física, pois a psicológica tornou-se em todas as lágrimas derramadas em minha face.
Aceitar a dor, fez de mim a lutadora que acredito que sou. Nem que seja em palavras, sim. As palavras são sem dúvida nenhuma a minha arma.

Que diria á morte se fosse pessoa?

Dir-lhe-ia simplesmente: Olá! Muito prazer! Seja bem-vinda ao meu ser!

O que seria se fosse comida?

Talvez chocolate, porque apesar de fazer mal, é bom e aprecia-lo é sem dúvida a melhor parte.

Se a morte fosse uma cor?

Seria sem dúvida o vermelho. Repensando neste assunto, todos no geral, relacionam a morte com o preto e o vermelho jamais. Adoro o preto para tudo sim.
Mas pensem comigo, o vermelho, a cor do sangue. O sangue que deixa de nos correr nas veias quando morremos, mas que será sempre nosso, estejamos onde estivermos. Uma cor que explica tanto.

Se a morte fosse uma personagem?

Seria cada um de nós. Pois nós ao longo da vida matamos sentimentos, matamos tudo o que nos faça sofrer, e matamos também a ideia de que um dia vamos morrer. Matamo-nos devagarinho, por apenas desejar viver.

Se a morte fosse uma hora?

Seria o meio-dia. Porque sou apologista da noite. Pela sua beleza embora escura, tão clara, mostrando-nos um paralelismo de quem somos. Meio-dia por ser uma hora exacta de um dia.

Se a morte fosse um país?

Sem dúvida nenhuma os Estados Unidos, pois eles próprios se matam com o mundo suburbano que criaram, com a poluição que apoiam, com a decadência que adoptam.

Bem, características para a morte seriam imensas, mas o meu objectivo classificando-a assim, é meramente que percebam porque não a temo, porque faço dela a espera de uma grande amiga.

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